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28 junho, 2011

Andar Saltitante

Conversando com uma amiga hoje no intervalo do trabalho, fiz uma importante descoberta sobre uma característica muito particular. Quem me conhece, sabe que tenho a mania de andar saltitante. É. Ando pulando por aí, como se pulasse amarelinha ou estivesse ensaiando algum salto ornamental ou passo de dança.
Se eu fosse um menino, isso pegaria muito mal, certamente seria apelidado de gazela. Ainda bem que nasci menina, o que me permite ser saltitante sem ter que me preocupar em ser julgada ou não.
Fico pensando o motivo dessa minha mania, e hoje durante a conversa com essa amiga, relembrando os prazeres da infância constatei de onde vem minha mania de saltitar.
Passei a infância subindo em árvores pra comer fruta fresquinha, comia manga, jaca, jambo, caju, laranja, castanha, goiaba, cajá, acerola, ceriguela, pitanga, amora, abil,...tudo direto do pé. Lá em Montanha tinha um pé de caju bem no quintal de casa, quando era época da fruta, minhas professoras faziam a festa, todos os dias eu subia no pé de caju pra encher as sacolas pra elas.
Ah, como era bom comer manga verde com sal, cajá com sal e até a própria folha do cajá com sal! Qualquer fruta azedinha, era logo combinada com sal. Pensando nessa mistura toda, fico até com água na boca.
Minha infância também teve banho de rio, visão de cachoeira (quase secando, mas tinha). Morei em um bairro chamado Lajedo. As ruas de lá são todas de pedra, e qualquer caminho te levava ao rio. Quando não tinha água em casa, eu aproveitava a desculpa de lavar "vasilha" no rio só pra tomar banho. Um dia quase morri afogada. deu um medo danado!
Acho que foi nesse bairro que comecei com a mania de saltitar, quando escurecia, pessoas medrosas como eu, só podiam sair de casa se fosse saltitante. As ruas ficavam infestadas de sapo cururu. Sim! aquele super sapo com cara de buldogue. Eu morria de medo de sair nas ruas depois que escurecia. Só na porta de casa já cheguei a contar mais de dez desses "sapinhos amigáveis". Morria de medo que eles fizessem xixi nos meus olhos e me deixassem cega (lenda que ouvia desde menina).

Por conta desses habitantes noturnos, eu ia para os lugares saltitando como doida. E isso virou mania. Se passava por dentro do mato, era ainda pior, nunca pedi que alguém medisse, mas tenho certeza que meus pulos passavam de meio metro. Cobras e ratos também contribuíram muito para meus super saltos. tanto é que já matei um rato no susto, saltando em cima dele.
O que o medo não faz com um pessoa! Fui transformada numa menina saltitante. O fato é que adoro ser assim!