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17 março, 2011

Mais uma dose de Lygia Bojunga

Mês de Março começou muito bem para minha vida de leitora. Comprei dois livros. Um deles é da Lygia Bojunga, o outro é de Milan Kundera, autor que ainda desconheço, mas despertei interesse pelo livro numa conversa que tive outro dia com um professor de Artes lá do CEU.
Encomendei os dois livros pelo site da Livraria Cultura no mesmo dia. O livro do Milan chegou primeiro, mas não chamou muito minha atenção, e como estava com a capa um pouco amassada por causa da chuva, coloquei-o em cima da teve sobre outros e livros e lá está ele até hoje.
Já o livro da Lygia foi mais um caso de paixão ao primeiro contato. Quando entregaram o livro, eu não estava em casa, deixaram na casa da vizinha. Somente depois das 23h30 é que fui saber que ele me esperava lá. Fui buscá-lo embaixo de chuva e foi quando abri a caixa que o encantamento aconteceu. "LIVRO - um encontro" : esse foi o livro que encomendei. Quando tirei-o da caixa, fiquei encostada na pia, segurando-o, passando a mão na capa e olhando para a foto da Lygia, fazendo a mesma coisa que eu fazia naquele instante, admirando um livro.

Não sei quanto tempo fiquei nessa contemplação. Mas logo despertou em mim a vontade de ler depressa aquele livro, mas antes  de terminar a página 27, a vontade de escrever atropelou tudo. Abri o livro, peguei a caneta e desatei a conversar com o livro:
"Lygia, essa página aqui é meu canal de comunicação contigo. São 23h50 do dia 02 de março de 2011.É verão chuvoso (quase outono), acabei de receber teu livro. Digo melhor: acabei de ter o primeiro encontro de verdade com este livro. Terminei Querida no domingo e aguardei ansiosa por esse encontro aqui. Achei esse livro tão magrinho,  mas logo que abri, fui me ligando que esse aqui é um caso de amor teu com o LIVRO. Já me identifiquei, tanto que disparou dentro de mim a vontade de escrever, tão logo cheguei na página 27. Lembrei muito do meu encontro contigo, acontecimento de 2009. Logo já imaginei nós duas sentadas no banquinho do 'retiro' falando da 'nossa gente' que habita nos 15 livros já lidos. Encontro maravilhoso. Estou com tanto sono, vou deixar para continuar a ler depois, não fique triste, volto logo. Já entendi porque esse livro é bem magrinho: é uma história de amor não inventada, com livro e toda emoção que couber nas palavras. Cada página equivale à emoção de 10. /91x10=910 páginas.           P.S. Fiquei um bom tempo viajando com tua foto na capa. Divina."
 A leitura do  encontro da Lygia com o LIVRO provocou em mim muitas sensações. Muito diferente das sensações experimentadas nos outros livros. É como se nos fizéssemos companhia. E é uma companhia muito boa. Senti-me tão à vontade com as memórias dela, identifiquei-me tanto com teus casos. E pensar que meu encontro com a Lygia aconteceu há quase dois anos de forma tão inesperada! Só agora lendo o encontro dela com o LIVRO, muita coisa faz sentido pra mim. Passei o Carnaval na companhia da Lygia. Melhor Carnaval é mergulhado em Livro.
Quando a Lygia fala do encontro dela com a escrita, lembrei da vontade que tenho de retomar meu encontro com a escrita lá da adolescência. Sabe como??? Resgatando meu caderninho lá do quartinho de bagunças da minha avó (que mora na Bahia), temo que não esteja mais lá, até liguei ontem para investigar o paradeiro desse caderninho, mas não consegui falar com Vovó.
Incrível como a leitura dos livros da Lygia sempre soam como conversa. Resultado disso foi o livro todo conversado, com anotações lápis, parecia até um kit inseparável: o livro, meus olhos, minha mão e o lápis.
Durante a leitura, fiquei encucada com uma coisa: a Lygia conta de suas paixões pelos livros e autores, mas tem um que ela prefere não citar o nome, dando apenas as características do seu estilo, o que me deixou um tanto curiosa para descobrir o nome do santo. Pelo milagre, imagino que seja um autor que já fui muito apaixonada também, mas não vou arriscar palpite antes de investigar, quando descobrir, posto minhas conclusões. Mas estou louca para saber quem é o autor que a Lygia lia que escrevia livros por "receitas".
Quando terminei o livro, fiquei ainda a escrever nas páginas em branco que me restavam. Registrei o restante de nossa conversa:
É Lygia! Falta apenas ler "Fazendo Ana Paz" para completar a trilogia (Paisagem, Livro-um encontro e Fazendo Ana Paz). Fico pensando, qual será a sensação que terei quando terminar essa trilogia. Nesse momento, senti imensa vontade de reler "Paisagem", cheguei a sonhar com aquele livro. Imagine só? Juntar os três em uma única publicação? Vou relê-los juntos, com lápis nas mãos e sorriso na cara! Você é demais Lygia!    Esse teu jeito particular de entrelaçar as histórias me prenderam à tua escrita. Cada livro que leio, quando chego à última página, já está causado em mim o desejo de ler o próximo livro, de reler esse que terminei. Teus livros se casam tão bem, que a sensação logo é de conversa. É isso que penso, Lygia, tua escrita é uma conversa que não termina, e que o leitor não se cansa jamais de ter contigo. A cada leitura, imagino-me sentada num dos cenários de tua obra falando contigo. Espero que lendo todos os teus livros, nosso assunto não chegue ao fim.                 Sua leitora mais apaixonada, Jaque Flowers.          Ainda Verão, 2011.

04 abril, 2010

O Contador de Histórias - Sob uma nova perspectiva

Algumas horas atrás, escrevi sobre o filme O contador de histórias, baseado na vida de Roberto Carlos Ramos, um menino desacreditado, tachado como irrecuperável pela FEBEM-MG. Ainda criança fora levado para a fundação pela mãe, atraída pelo comercial na televisão, que prometia transformar as crianças pobres em doutores, dentistas e advogados.
Menino de tudo, Roberto vai acreditando que a FEBEM seria um mundo de sonhos e fantasias. Logo na primeira noite, chorando pela falta da mãe, o garoto percebe que perdeu até o direito de chorar. Sempre muito bom com as palavras, cria histórias, tenta criar um novo jeito de sobreviver àquele mundo totalmente alheio ao seu sonho. Foge, foge, foge...por cento e trinta e duas vezes...
Na rua, apanha, sofre, rouba, aprende coisas ruins, vai vivendo e descobrindo a malandragem urbana. Até que em uma de suas capturas, conhece a pedagoga francesa Margherit Duvas, que vê nesse menino um desafio, um objeto de estudo para a sua pesquisa.
Dessa relação (a princípio de estudo), nasce uma amizade, cumplicidade e mudança. Roberto aprende a ler aos treze anos, aprende a olhar a vida de frente (não a olhar para o chão como foi ensinado na FEBEM). Segue para a França com a pedagoga e anos depois volta para casa, ajuda a mãe, cuida dela, volta para a Instituição (dessa vez como estagiário). Entre uma história e outra que vai contado, Roberto conta a sua, escreve sua própria história, mostrando que nem todo garoto problema é irrecuperável.
Essa história já me emocionava muito, quando estava assistindo me emocionei demais, cheguei a sentir vontade de parar o filme, de tão forte o sentimento que me consumia, um drama tão intenso, cenas fortes, sentimentos verdadeiros, me consumiam, mexiam comigo. 
Ao mesmo tempo que o filme me emocionou, me fez rir, com as jogadas do menino, falando que tinha dislalia no estômago, câncer no útero e a disputa com um coleguinha para ver quem falava mais palavrão.
A imaginação dele, que transforma a Professora de Educação Física (D. Edith) em hipopótamo, a visão dele da FEBEM como um circo, seu comportamento mal educado testando a paciência de Margherit, sem falar na cena final do filme, quando durante o reencontro sua mãe pergunta se ele está ali diante dela é porque já se tornou doutor...
Histórias assim, que emocionam, tocam, fazem rir, refletir, deviam mesmo ficar mais tempo em cartaz, deviam ser vendidas de formas mais acessíveis, são histórias verdadeiras, de gente de verdade, retratos do nosso Brasil. Mostra a intenção de uma entidade assistencial recém criada pelo governo na década de 70, que infelizmente não deu certo. Se saem doutores da FEBEM, é porque encontram ou encontraram em seus caminhos pessoas tão boas quanto a educadora Margherit.
Tiro meu chapéu para essa história, tiro chapéu para Roberto, sua coragem, sua força e toda a sua dedicação à educação. Roberto aproveitou muito bem a educação que recebeu, hoje é mestre em educação, adotou treze meninos de rua e conta sua história pelas faculdades e escolas pelo país.

01 junho, 2007

Um pouco de Bridget!


Ladies and gentlemans!
Pra quem viu ao filme...convido a lerem o livro, e para quem não viu; melhor ainda...vai se ligar ainda mais na comocidade da Helen.
Bridget Jones: uma solteirona, pressionada pela família e amigos a arrumar um namorado, já que ela tem quase trinta anos!
Fumante compulsiva, toma doses alcóolicas diárias, envolve-se com o chefe, neurótica por regime e em contar calorias!
Mas porque será que resolvi falar sobre a Bridget???
Descobri que tenho um pouco dela, tenho muitos amigos, mas tem sempre uma hora em que me sinto a pessoa mais só desse mundo!
Não consigo engatar um relacionamento duradouro, e minha família vive me perguntando onde está o namorado.
tudo bem que eu ainda não sou um trintona.... (acabei de completar vinte na última segunda) eeeba! E nem me envolvi com meu chefe, aliás, eu nem tenho chefe!...
Mas a busca pelo homem ideal...isso sei que um dia a gente cansa! E o pior é se cansar justo quando está com uma tranqueira e não tem mais jeito!
As minhas amigas lá da sala acham que antes mal-acompanhado do que só...huahauhauha
Tou chegando a pensar, que o que vale é você ter um P.A, uma carta na manga... o resto? ah...deixa eu brincar de ser feliz...afinal, ainda tem um tempinho até eu chegar na idade da Bridget...
Mas não deixem de ler!
Mostra todos os preconceitos sociais...e como falta de planejamento faz uma pessoa viver atrapalhada!

27 maio, 2007

Dica literária...

Ultimamente tenho lido muitos livros. E um em particular me encantou muito. Não por lirismo, nem poesia. Trata-se de um livro em prosa e com uma linguagem/estrutura totalmente inovadora.
As Intermitências da Morte - um livro envolvente do início ao fim, e não apenas pelo fato do fim ser o começo, mas por ser inédito, genial.
A morte. Esse é o tema. A morte é posta diante do leitor sob outros ângulos, mostrando como seria a vida eterna.
A princípio o que parece ser ótimo e agradar a todos torna-se logo um problema. Classes sociais e diferentes setores e interesses vão sendo afetados.
O caso é que a partir do primeiro dia do ano que entra, ninguém morre. Logo as funerárias, cemitérios, seguradoras são postas diante de problemas. A igreja mostra-se desesperada. Questiona a ausência da morte. Pois se não há morte, não há ressureição, e se não há ressurreição, não há religião.
Na fronteira do país vizinho, a morte continua operando. Uma das muitas famílias que trazia seus doentes terminais em casa, sem esperança de melhora e sem a possibilidade da morte; tem diante deles uma solução. Um senhor, doente terminal, pede à filha que o leve até a fronteira, para que assim, ele e o netinho, que também está doente, descansem em paz.
Um vizinho descobre e logo todo o país fica sabendo. De repente todas as famílias começam a se livrar de seus doentes. Levando-os até a fronteira. cria-se um caso com o país vizinho e vigilantes são colocados na fronteira para impedir a passagem clandestina dos morimbundos.
Surge então, a máfia, que "legaliza" essa situação, cobrando pela travessia dos doentes, e entrando em acordo com os vigilantes.
As funerárias, para não saírem perdendo passam a fazer enterro de animais, como gato, papagaio e etc...
As seguradoras criam um novo jeito para cobrarem o seguro de vida. Cada pessoa paga como se vivesse oitenta anos, quando vence o prazo, é como se ela nascesse de novo, e recomeça um outro plano.
Depois de um tempo a morte resolve voltar, mas avisando por meio de uma carta, com uma semana de antecedência...
Acontece que uma das cartas retorna e a morte, vê-se diante de u grande mistério: desvendar quem é o dono do envelope, e porquê ele não o recebe...
Não contarei tudo! É muita moleza...afinal, o livro é uma delícia de se ler...agrada a gregos e troianos...
José Saramago (escritor português) mostra a morte de um jeito que você nunca viu. Aprecie sem moderação!