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15 agosto, 2012

"Fazendo Ana Paz"


Quem me conhece sabe que sou fã de carteirinha da Lygia Bojunga. Descobri seus livros lá em 2009. Desde então venho lendo seus livros de forma insaciável. O Último que havia lido, foi "Dos Vinte 1". Dei uma desacelerada, pois fiquei com medo de ler os três restantes de uma vez e ficar triste... Enquanto isso reli "Bolsa Amarela" com meus alunos, vi entrevista no Programa Entrelinhas da TV Cultura e li outra no site "Educar para Crescer".

Foi quando topei com esse livro: "Fazendo Ana Paz"



Essa foi mais uma das minhas leituras relâmpago dos livros de Lygia Bojunga. Esperei tanto pra ler, que a sede já estava me sufocando. Foi na Bienal que resolvi terminar essa espera e agarrar de vez mais essa maravilha da minha querida escritora, que sempre me arranca suspiros, faz brotar sorrisos em meu rosto e umedece meus olhos nessa linguagem tão simples, tão Lygiana e nessa leitura tão envolvente e gostosa.
A leitura aconteceu entre o caminho de volta da 22ª Bienal do livro e um intervalo de aula. Maravilhada. Foi como fiquei durante a leitura.
Logo de cara reencontrei a Raquel (Bolsa Amarela), dessa vez soube como foi que ela nasceu, teimosa, insistente e determinada como era mesmo no seu livro.
Depois já me apaixonei pela Ana Paz menina. Teimosa, saudosa e terna...
Adoro essa coisa da trilogia que a Lygia publicou, essa relação do escritor com o personagem, essa briga, teimosia, insistência em existir, mesmo que apenas na ficção, mesmo que apenas no livro... Fez lembrar minha leitura do livro Paisagem...aquele Lourenço cabeça-dura!
É uma leitura diferente, que foge ao senso comum, quem está acostumado com enredos prontos, vai se decepcionar, mas quem curte o diferente, o novo, a curiosidade de saber como se sente a personagem vai adorar essa leitura.
Não posso deixar de dizer ainda que minha inspiração renasce sempre que leio Lygia...como já disse, sou toda sorrisos e suspiros...
Minha memória e sensibilidade ficaram logo aguçadas quando terminei a leitura, mas aguçadas de tal forma, que o lápis depressa se encaixou em minhas mãos e passou  escrever o que havia sentido. Rabiscando tímida e alegremente uma mensagem em agradecimento à Lygia, essa mulher que me escreve.
Preciso agradecer por me fazer mais uma vez lembrar tanto da minha criança interior, da casa que foi derrubada lá em Montanha, do tempo que passei lá na minha infância e parte da adolescência, do meu retorno lá ano passado, das minhas memórias com vovô Firmino e principalmente, da falta que me faz a calçada onde tanto brinquei, li e escrevi.

Fazendo Ana Paz - um livro que proporciona um resgate na memória. Resgate da infância, da menina que fui ontem, da mulher que sou hoje, das escolhas que fiz. Já me peguei muitas vezes nesse resgate, e muitas vezes vi que minha memória tem falhado.
Mas esse resgate da Ana Paz é encantador. É um desenho com palavras. Só lendo pra saber.