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03 março, 2007

Arquétipos By Flowers - Introdução


Hoje deu vontade de escrever sobre arquétipos. Segundo o Dicionário Aurélio são tipos de seres criados pela sociedade. E estudando a literatura Brasileira encontrei muitos tipos de arquétipos.
Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida e Aluízio Azevedo, entre outros, Mostram de forma bem clara os arquétipos criados pela sociedade na época retratada.
Lendo esses livros, haverá sempre uma Parteira, um Médico, o Barbeiro, A encalhada, A puta, A viúva, O mocinho, O fofoqueiro...

Pois! É do fofoqueiro que pretendo falar, mas do arquétipo atual, encontrado em vida real, personagens comuns ao meu dia-a-dia, e os encontrado no decorrer da minha vida. Contarei por partes, conforme for lembrando de fases da minha vida.
Passei uns 3 anos da minha adolescência morando na cidade onde nasci. (Montanha - interior do ES). E lá pude notar muitos tipos de fofoqueiros.
Em sua maioria, senhores aposentados, entre 55 e 70 anos com nenhuma ocupação além de irem ao Banco mensalmente e ao Mercado fazer a "feira do mês".
Havia ainda a senhora Dona de casa, que levava o filho na escola e se deixava ficar na calçada, a espiar a vida alheia.
A rotina deles não falhava. Levantavam lá pelas seis, tomavam seus cafés, e rumavam para as calçadas para desejar "Bom Dia" a quem passasse. Lá pelo meio-dia, eles já tinham o "script” completo do Jornal vespertino, que tinha início sempre lá pelas duas da tarde. Sem antes do almoço e da hora da sesta.

Os assuntos eram sempre os mesmos; quem traiu Fulano, quem saiu com Cicrano, quem se juntou com Beltrano... O assunto do Jornal Nacional, a Crise do país, a seca, a fome, política, novela e assuntos comuns e blá, blá, blá...

Era engraçado assistir à cena e ver que meu avô fazia parte dela. Mais engraçado ainda era ver que todos os dias no fim da tarde; Ele, o vizinho da frente e o do lado direito acabava discutindo muito alto por causa da política nacional comparada com a do tempo em que eram jovens.
Era incrível como o vizinho da frente (Seu Geraldo - mais conhecido como Peito de capivara) gritava mais alto que os outros, e acenava, se debatia. Enquanto o da direita (Zé Neném - mais conhecido como tremedeira) tremia sem parar enquanto tentava gritar mais alto para abafar os gritos do S. Geraldo. E meu avô Firmino ficava de pé na calçada limpando a garganta (Rhaaam, Rhaaam!) tentando iniciar um discurso estilo o “Sermão da Sexagésima”, que se iniciava sempre com: “Lá fora...”. Ele sempre fazia referências de tempos remotos... Em que eu nem sonhava em nascer.
O fato é que com toda essa discussão, as pessoas que iam descendo a rua, acabavam parando e sempre davam suas opiniões no “debate”. Um desconhecido na cena, seria capaz de perguntar que briga era aquela.
A discussão só tinha fim ao cair da tarde, quando começava o Jornal local, eles voltavam para dentro das suas casas, para jantar e descansarem do longo dia de debate.

[continua...]

PS: desculpem pelo desenho infantil...me empolguei com o do último post.

4 comentários:

Bel disse...

Adorei a introdução! Vou esperar o restante sobre os arquétipos!
Eu já disse que o meu avô paterno também se chamava Firmino???? Mas ele morreu quando minha mãe estava grávida de mim... :(

Fiquei imaginando as cenas... não vivi nada nesse estilo, mas vc descreveu tão bem, que é quase um roteiro de filme!
Beijinho1

Gabriela Martinez disse...

A descoberta das Ferramentas do Paint é algo mágico! huhuhuh

"Dar uma catracada" foi hiper original! hAUhUHAuh ADOREI!

Quanto aos arquétipos, curtia estudar literatura no colegial. Bem legal mesmo. :)

Minha mãe sempre me disse pra fazer o que queria, sem me incomodar com os achismos alheios, pq cada um está preocupado com sua própria vida! Ela nunca esteve no ES, bem se vê! :P

bjao

R. B. Dillinger disse...

O ruim de morar em prédio é isso! Nem pra fofocar as pessoas servem!
hehehe
bju!

Wagner disse...

tirando o desenho de gosto duvidoso, o texto foi muito bem escrito!

o desafio foi lançado!