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02 agosto, 2011

Pra onde vai?

Outro dia me perguntei pra onde é que vai toda a quinquilharia que vivo perdendo dentro de casa. Tenho o dom de perder minhas coisas nos momentos em que mais preciso delas. Não pensem que sou a pessoa mais desorganizada do mundo também não sou um exemplo de organização, mas procuro colocar cada coisa em seu devido lugar. 
Compro um pacote de xuxinhas (prendedores de cabelo) e um mês depois não encontro uma pra remédio. Brilho labial, canetas, pen drive, documentos, cartão, protocolos, anotações, aquela blusa... São tantas coisas que a gente vai perdendo que pensei que era bem melhor não escrever nada a respeito. Já que perder é tão comum, que até existe santo pra gente prometer pulinhos caso encontre as coisas.
Quem será que pega? Quem esconde? Meus alunos disseram que o saci esconde tudo no redemoinho...
A nova música dO Teatro Mágico traduz ao pé da letra o que penso e o que passo. O título da música é perfeito. Essas coisas se perdem exatamente quando os olhos piscam.
Simplesmente curti.


28 junho, 2011

Andar Saltitante

Conversando com uma amiga hoje no intervalo do trabalho, fiz uma importante descoberta sobre uma característica muito particular. Quem me conhece, sabe que tenho a mania de andar saltitante. É. Ando pulando por aí, como se pulasse amarelinha ou estivesse ensaiando algum salto ornamental ou passo de dança.
Se eu fosse um menino, isso pegaria muito mal, certamente seria apelidado de gazela. Ainda bem que nasci menina, o que me permite ser saltitante sem ter que me preocupar em ser julgada ou não.
Fico pensando o motivo dessa minha mania, e hoje durante a conversa com essa amiga, relembrando os prazeres da infância constatei de onde vem minha mania de saltitar.
Passei a infância subindo em árvores pra comer fruta fresquinha, comia manga, jaca, jambo, caju, laranja, castanha, goiaba, cajá, acerola, ceriguela, pitanga, amora, abil,...tudo direto do pé. Lá em Montanha tinha um pé de caju bem no quintal de casa, quando era época da fruta, minhas professoras faziam a festa, todos os dias eu subia no pé de caju pra encher as sacolas pra elas.
Ah, como era bom comer manga verde com sal, cajá com sal e até a própria folha do cajá com sal! Qualquer fruta azedinha, era logo combinada com sal. Pensando nessa mistura toda, fico até com água na boca.
Minha infância também teve banho de rio, visão de cachoeira (quase secando, mas tinha). Morei em um bairro chamado Lajedo. As ruas de lá são todas de pedra, e qualquer caminho te levava ao rio. Quando não tinha água em casa, eu aproveitava a desculpa de lavar "vasilha" no rio só pra tomar banho. Um dia quase morri afogada. deu um medo danado!
Acho que foi nesse bairro que comecei com a mania de saltitar, quando escurecia, pessoas medrosas como eu, só podiam sair de casa se fosse saltitante. As ruas ficavam infestadas de sapo cururu. Sim! aquele super sapo com cara de buldogue. Eu morria de medo de sair nas ruas depois que escurecia. Só na porta de casa já cheguei a contar mais de dez desses "sapinhos amigáveis". Morria de medo que eles fizessem xixi nos meus olhos e me deixassem cega (lenda que ouvia desde menina).

Por conta desses habitantes noturnos, eu ia para os lugares saltitando como doida. E isso virou mania. Se passava por dentro do mato, era ainda pior, nunca pedi que alguém medisse, mas tenho certeza que meus pulos passavam de meio metro. Cobras e ratos também contribuíram muito para meus super saltos. tanto é que já matei um rato no susto, saltando em cima dele.
O que o medo não faz com um pessoa! Fui transformada numa menina saltitante. O fato é que adoro ser assim!

19 maio, 2011

Motorista Particular

A caminho do trabalho, fico pensando porque ainda não aprendi a dirigir. Fico observando esse meu carro super espaçoso e entendo um pouco meu comodismo. Primeiro é a comodidade de ter um motorista particular. Um não! São incontáveis os motoristas que prestam serviço pra mim, sempre prontos a me levar onde eu quiser! Tudo bem que as vezes eles demoram um pouco a trazer meu carro, também pudera! Tive a sorte de encontrar motoristas tão generosos, que antes de me pegarem, dão "carona" para outras pessoas que vão encontrando pelo caminho! É só a pessoa esticar o braço, eles já vão parando!
Mas tudo bem, não reclamo, pago uma prestação muito barata por esse meu carro, apenas R$6 por dia, o que dá mais ou menos R$120 por mês! Duvido que alguém compre um carro do tamanho do meu pagando apenas essa prestação! De tão espaçoso que meu carro é, as vezes deixo outras pessoas sentarem e vou de pé ouvindo uma boa música e apreciando a paisagem. Que varia muito, indo de cenas bizarras como um bêbado dando show na rua, até as mais poéticas e simples, como as andorinhas no céu no voo mais perfeito e sincronizado que já vi.
Aproveito essa facilidade de ter um motorista particular das mais diversas maneiras: durmo, leio, converso com outras pessoas, leio seus jornais, ouço funk, um estilo que muito acrescenta em minha vida*. As letras são tão profundas, tão inspiradoras,tão poéticas, que eu precisaria de um blog só pra falar disso. 
Nos dias de trânsito, quem fica estressado é o meu motorista, eu olho para aquela fila de carro lá fora e penso que é um bom momento para dormir, se eu estiver sentada, claro! Se estou em pé em um desses momentos estáticos do trânsito, ouço Jeremy Camp e resmungo um la la la.
Outra coisa que me alegra de ainda não ser motorista, é o fato de não ter que me preocupar com vagas para estacionar. Enquanto as pessoas brigam por um lugar na rua, meu carro particular já tem lugar cativo, e quando eu preciso dele, é só caminhar até o ponto estratégico que ele estará lá, lotado ou vazio para levar-me onde eu quiser. Nem pago estacionamento. Sem falar no IPVA, Seguro, Licenciamento e Manutenção. Estou livre dessas taxas todas!
Quando eu resolver aprender a dirigir, vou trocar de carro, deixarei o G.O.L**. e comprarei um outro modelo. Ainda não decidi quanto ao modelo, gosto muito do Gurgel Super Mini II, mas se escolher esse, vai ser difícil me acostumar, o G.O.L. é um monstro perto do Gurgel, que de tão pequeno, é capaz de suportar apenas duas pessoas.
Mas enquanto nada disso acontece (minha carta e o carro) vou andando de G.O.L e pagando essa eterna prestação. E curtindo a liberdade que tenho enquanto ando de ônibus. Porque andar de ônibus é isso aí, tem seus altos e baixos. Depende do ponto de vista.


O dia em que meu motorista para o carro para todos que estendem o braço

Gurgel Super Mini II - é esse aí que eu quero! haha


*Lê-se: nada acrescenta! Odeio funk, minha gente!
** G.O.L : Grande Ônibus Lotado

16 maio, 2011

Pequenos objetos perdidos

Estava caminhando de volta pra casa semana passada, quando vi um adolescente com uma mochila nas costas, possivelmente voltando da escola, assim como eu. Observei que na mochila dele havia um mini-patins pendurado. No mesmo instante me lembrei que eu tive um daquele, isso há quase dez anos.
Na época que comprei o patins, eu ainda morava em Teixeira de Freitas, BA. Meu sonho consumista de criança sempre foi ter um patins, infelizmente não pude ganhar um, muito menos comprar. E para realizar o sonho de menina, um dia comprei um par de patins em miniatura. Ficava com eles nos dedos pra cima e pra baixo. Como se estivesse realmente patinando, sentia-me a pessoa mais realizada do mundo.
Na época de mudar de lá para São Paulo, tive que me despedir de uma grande amiga, a Charlene. Nós éramos como unha e cutícula, andávamos sempre juntas e nos divertíamos muito. Fiquei pensando no que daria à ela quando fosse embora. Nós havíamos feito um rede de crochê, eu havia escrito toda uma agenda para ela, que havia bordado uma toalha com meu nome (tenho essa toalha até hoje). Dentre essas coisas, senti vontade de separar o meu par de patins. Fizemos um pacto, o pacto do patins. Eu ficaria com um pé e ela com o outro, toda vez que sentíssemos saudade uma da outra, pegaríamos o pé do patins para brincar. Ela sabia que aquele brinquedo era muito especial para mim.
Esse pé de patins me acompanhou durante muito tempo, sempre lembrando da Charlene, relendo suas cartas e brincando com o pé do patins. Foram muitos anos, dentro desses dez, que carreguei esse patins. Quando falava com a Cha, sempre perguntava se ela ainda o tinha. O tempo foi passando, fomos perdendo contato, minha amiga casou, eu fui morar em Atibaia, depois voltei para Diadema, mudei diversas vezes de casa, e nessa via sacra, não sei mais onde foi parar o meu pé de patins.
Essa lembrança me fez pensar em como o tempo faz a gente se distanciar das pessoas, por mais que as amamos, a saga diária faz com que a gente deixe de pensar nessas pessoas, vai deixando de lado, vai deixando de dar atenção e quando vai ver, já se distanciou. Não queria ter me distanciado assim dessa amiga, assim como não queria ter me distanciado de tantas pessoas especiais que já passaram pela minha vida.
Esse pé de patins denunciou o meu distanciamento das coisas queridas, não estou cuidando direito dos velhos amigos. Se eu tivesse cuidado bem dessa amizade, talvez ainda saberia do paradeiro desse pé de patins.
Será que o pé que ficou lá na Bahia ainda existe? Será que é guardado com carinho? Será que ela lembra do pacto? E a rede? Será que ela lembra que construímos juntas aquela rede de barbante na escola e em sua casa? Não sei a resposta para essas perguntas. Tentarei identificar onde deixei o meu pé de patins e depois procurarei a Charlene para saber se lembra dessa nossa façanha. Ainda bem que não a perdi das redes sociais.

Depois que meu pensamento deixou o pé de patins de lado, comecei a pensar em todos os meus objetos um dia perdidos, já perdi tanta coisa, que não saberia onde começar a procura.
Xuxinhas, canetas, manuscritos e as pequenas coisas que vou perdendo, e que só me dou conta quando não sei mais por onde começar a procura...

30 abril, 2011

Presente em Versos

A vida é cheia de surpresas.
Mesmo sabendo que acabei de digitar uma frase feita, é assim que inicio essa postagem para falar da surpresa que Sueli me fez.
Para quem não sabe, Sueli é uma super poetisa que cursou Letras na Faculdade Anchieta comigo. A gente se fala de vez em quando pelo orkut e em comentários do blog.
A Su é uma verdadeira desbravadora com as palavras, sempre se aventurando e expressando emoções e sentimentos vividos nos Momentos Incríveis de seu dia-a-dia, todos grande parte deles compartilhados em seu blog.
Outro dia abri o meu quase aposentado e-mail do Yahoo e encontrei lá a surpresa da Su, que me fez até chorar.
Fiquei emocionada com o que ela enviou: um poema escrito por ela, e para mim!
Fiquei muito emocionada com a sensibilidade da Su, com seu carinho e amizade.
Guardei o poema com carinho para compartilhá-lo aqui e onde for.

RARA FLOR
Para Jaque Flowers

O jardim estava pronto.
Com flores de todos os cheiros,
perfumes bem variados.
Um colorido intenso!

Eis que chega nova semente,
Se juntar as densas flores.
Em meio a temporada.
Cheia de novidades, lá do interior

Trouxe no saquinho: surpresa,
E um raro perfume de flor.
E entre os barulhinhos de silêncio:
Um lindo sorriso de amor!

Tão só! Sem companhia,
Quase tímida, mas guerreira,
Mostrou nos primeiros dias
Toda sua beleza.

Flor rara e maravilhosa!
Amiga de todas flores!
No jardim, acompanhou seu florir.
Cresceu aumentando a colheita.

Assim foi incorporando,
Ocupando seu espaço na turma,
Seu saber compartilhando.
Sua alegria espalhando.

Difícil esquecer a Flor,
mais nova e rara do jardim.
Que com seu perfume intenso,
fez todas as flores se abrirem!


(Sueli Rodrigues)               -       31 de março de 2011
Sei dizer que a Su me traduziu nesse poema. Obrigada pela homenagem, querida, Serei eternamente grata!
Você tem o dom! Parabéns!

24 abril, 2011

Feriadão Santo

Tirei pra descansar.
Colocar diários em dia,
Cuidar das roupas, da casa...
Do coração...

Quinta-Feira Santa
Sexta-Feira Santa,
Sábado de Aleluia,
Domingo de Páscoa: Ressurreição.

Alguém lembrou disso? São poucos os que se lembram do sentido real desse feriado, porque não trabalhamos, porque são Santos esses dias. Só quem é de fato religioso, segue à risca toda a tradição. (Não sou, não sigo, mas respeito e observo as pessoas, que estão mais é preocupadas com a descida para a Praia, nem ligam para as horas paradas no trânsito, dizem que vão descansar, eu penso é que vão ficar mais cansadas!
Filas se estendem pelos mercados, pessoas desesperadas em busca de ovos de chocolate (quanto maior, melhor, e se tiver brinquedo, então! Realização total!)
É uma disputa pelo peixe, tem que ter bacalhau na mesa, não importa se as garrafas de cerveja serão secadas depois, "mas hoje não pode comer carne porque é pecado!"
Fico me perguntando se comer um pedaço de carne é pecado nessa semana santa! Do que adianta a pessoa não comer carne, mas encher a cara de bebida alcoólica, dirigir embriagado e virar estatística no feriado mais acidentado do ano? (A mídia adora expor essas manchetes!)
Fico me perguntando onde estão os valores e as tradições dessa sociedade...porque o que vejo ao meu redor é apenas o consumismo imediato..

E mal acabaram os ovos, já estão chamando as pessoas nas vitrines para comprarem os presentes para o dia das mães!