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27 fevereiro, 2011

Querida - Lygia Bojunga

Querida é o livro mais recente da Lygia Bojunga Nunes, lançado em 2009. É também o décimo quinto livro dela que leio e o quarto que comprei. Os outros nove tomei emprestado da biblioteca, futuramente quando criar a minha biblioteca pessoal comprarei todos.
Desde que os livros da Lygia passaram a povoar meu cotidiano, meu vocabulário vai enriquecendo. Um emaranhado de acontecimentos passam a fazer sentido, como por exemplo, meus silêncios e sumiços do blog. Agora a pouco, quando terminava a leitura do livro "Querida" iniciada no dia 18/02, deparei-me com uma expressão que define meus silêncios na escrita: "empacamento verbal". É o que acontece comigo de vez em quando. As vezes, sinto muita necessidade de escrever, de registrar o que sinto, chego a não conter essa vontade em muitos momentos, o que gera altas explosões de escrita, ora aqui no blog, ora em uma folha de papel. Quando não tenho papel e encontro uma caneta por perto, a escrita logo se materializa em alguma parte do meu corpo, pernas, braços, barriga... Será que mais alguém tem essa mania que julgo tão infantil? Quando empaco verbalmente, os desenhos mais pitorescos surgem nos mais variados lugares. Florzinhas desengonçadas e pessoas completamente defeituosas. Segundo um amigo artista, o grande responsável por essas atitudes é o lado direito do meu cérebro.
Por falar no lado direito, ele acabou me distraindo e fazendo eu mudar o assunto da postagem. Comecei falando do livro "Querida" e da sensação que ele causou em mim. Enquanto o lia (grande parte da leitura ocorreu no ônibus), fui sentindo imensa vontade de escrever, senti que meu eu-escritora ia desempacando, estava sentindo-me como o Pollux.



Nessa obra, Lygia Bojunga ilustra o ciúme do menino Pollux e o encontro com o tio que nunca conhecera. Travando um convívio e descoberta do que há de mais comum entre duas pessoas. A "Querida" do Pollux e as "Queridas" do Pacífico fazem a gente se envolver logo nessa trama simples, realista e ao mesmo tempo intensa.
Querida consegue ser simples e complexo, curto e longo. Mostrando a realidade e os pensamentos mais profundos do imaginário de uma criança. O ciúme da Querida chega a ser mais personificado que o ciúme desenhado no conto "A troca e a tarefa" do livro "Tchau".
Ciúmes, morte, pobreza, sonhos, amores e amizade.

Só lendo para entender a forte trama do mais recente livro da Lygia Bojunga. Vale muito a pena. É um livro pra tomar conta do imaginário. O Retiro, a Ella, o Pacífico, o Teatro, as invencionices do menino Pollux, a Velha e o Bis a caminho do Piauí e as muitas viagens do Pollux-homem e as tuas histórias de amor "para sempre" tomaram conta de mim, consagrando mais uma vez a minha opinião sobre a obra Lygiana. Sempre Querida.
Mais um encontro em que não me decepcionaste, Lygia!


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Querida no Skoob

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sei se o que tenho às vezes é "empacamento verbal" ou pura preguiça mesmo, mas desenhos e rabiscos assim são comuns em meu cotidiano ainda mais quando só disponho de uma mesa "em branco" para rabiscar enquanto estou imersa em tédio. Quanto mais ouço falar em Lygia mais quero ler e reler suas obras mas ultimamente anda me faltando livros dela pra ler.