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23 setembro, 2013

Balinhas de 1 centavo

Um dos prazeres da Vida adulta é poder revisitar as sensações da infância quando quiser...
Foi no churrasco de uma conhecida, que outro dia revivi a sensação de comprar balinhas de um centavo. 
Quando eu era criança lá em Vitória (ES), costumava correr para "as vendinhas" mais próximas em busca dessas balinhas coloridas, conhecidas por muitos como "balinhas de goma", as mesmas são comercializadas pela empresa Dori como "Bala de Goma Deliket Jelly Beans".

Eu amava pegar qualquer moeda e correr para o botequinho da esquina e pedir que o Seu Zé me vendesse algumas balinhas. A venda não era convencional, como compramos atualmente no saquinho fechado. Cada balinha custava um centavo, muitas vezes eu corria lá com duas moedinhas de um centavo para comprar duas balinhas. Minha maior felicidade era ganhar uma moeda de vinte e cinco centavos e correr toda sorridente para o boteco do Seu Zé:
- Seu Zé, tem balinha de um centavo?
- Tem sim, minha filha!
- Quero vinte e cinco! - e abria um sorrisão quando Seu Zé abria o baleiro, pegava a pinça de bala e começava a contar balinha por balinha até completar vinte e cinco!
Lembro que eu nem piscava, acompanhando a contagem atentamente para que não faltasse uma balinha, ia para casa com um saquinho de papel com minhas balinhas preferidas.
O sabor das frutas tão marcantes em cada cor, as que eu mais gostava eram as roxas, rosas e vermelhas. As azuis eram de anis (sempre achei que eram de erva-doce), como eu gosto de erva-doce, também curtia o sabor das balinhas azuis!
Adorava quando o boteco do Seu Zé estava lotado e ele ocupado, não tinha tempo para contar bala por bala, colocava um punhado generoso no saquinho e mandava eu ir embora...
Eu, saltitante, ia para casa feliz da vida com meu saquinho de balinhas de um centavo.

Nesse dia que reencontrei as balinhas no churrasco da Mônica, fiz questão de saborear uma por uma de olhos fechados, revivendo cada centavinho que gastava para construir essa memória!

19 setembro, 2013

Leitura de Setembro²

Continuando as postagens sobre Leitura...Gostaria de compartilhar mais um livro lido. Estava com vontade de ler umas crônicas, foi quando encontrei "As palavras que ninguém diz" - crônicas selecionadas do Carlos Drummond de Andrade da Editora Bertrand Brasil.
Encontrei o livro na sala de leitura da +EMEF Armando Arruda. Demorei um pouco a lê-lo, pois estava vivendo uma semana de muitos afazeres. Abandonei o livro nas bolsas por um bom tempo (foi bom que ele passeou para lugares diversos, foi até para a praia!).
Li umas crônicas para meus alunos, fui lendo quando dava, até que na terça resolvi sentar e lê-lo de vez! Foi um pouco complicado encontrar silêncio (quem trabalha em escola sabe o quanto isso é difícil, até nas horas livres). O bom mesmo é ler em casa, antes de dormir, mas esse tempo tem sido curto!
O livro apresenta crônicas um pouco complicadas para serem lidas no barulho, justamente pelo fato de apresentar novas palavras (o título do livro dispensa explicações) muitas vezes chega a ser engraçado! Das dezenove crônicas do livro, curti sete, talvez pelo fato de muitas delas já serem velhas conhecidas de livros didáticos. 
Drummond com sua linguagem super correta ensinou-me os Modos de Xingar, depois descreveu a aula de uma professora que ensinava aos seus alunos Da utilidade dos animais, essa eu li para a 5ª série, que achou um absurdo a ironia presente na crônica!
Li para uma classe o drama de uma senhora dona de casa na crônica O medo e o relógio, a classe riu muito e até achou um absurdo o disparate de medo daquela senhora maluca que se queixou do roubo do relógio que ela nem sequer estava usando!
A Declaração de amor em outdoor arrancou suspiros das meninas e deixou os meninos encabulados, uma crônica ímpar, com exemplo a ser seguido pelos apaixonados sem criatividade para declarar o amor em público.
No universo da escola, li ainda sobre Equipamento escolar, a história do menino que queria levar para a escola os mais modernos equipamentos, só para não ficar de fora da moda.
O Sermão da planície para não ser escutado me fez lembrar dos apaixonados pelo futebol, quis até mandar para o love, preciso tentar convencê-lo a vermos a Copa 2014 no vizinho, pois como disse Drummond "Bem-aventurados os que não conseguiram comprar televisão a cores a tempo de acompanhar a Copa do Mundo, pois, assistindo pelo aparelho do vizinho, sofrem sem pagar 20 prestações pelo sofrimento."
A crônica que mais gostei foi Não faça mais isso, dona achei de um senso de humor muito agradável, a senhorinha inocente que pediu ao assaltante que abrisse sua porta, carregasse sua bolsa...só escapou de ser assaltada pois chamou o assaltante de "meu filho".


Muitas das outras crônicas foram difíceis de ler, não gosto de ler crônicas com palavras muito técnicas, gosto de histórias com vocabulários que fazem parte do meu universo, acho que fiquei viciada na linguagem Lygiana, estou até estranhando quando leio outros autores... Resisti essa aversão e li tudo, afinal, que leitora sou eu pra abandonar Drummond?

18 setembro, 2013

Leitura de Setembro¹

"Ana e Pedro - cartas" de Vivina de Assis Viana e Ronald Claver

Trabalhando cartas com o sexto ano, encontrei no livro didático uma carta de Ana para Pedro. Carta de uma desconhecida para outro desconhecido. Li a carta para os alunos, pedi que respondessem no lugar do Pedro...Achei que a história pararia aí, mas não foi bem assim.
Quando estávamos na sala de Leitura, encontrei o livro com TODAS as cartas escritas pelos dois jovens. Não resisti e peguei para ler. Li mais ou menos duas cartas e emprestei o livro à uma aluna que também ficara curiosíssima, com os olhos vidrando de vontade de ler as cartas. Emprestei porque estava terminando de ler umas crônicas do Carlos Drummond.


Cartas de Ana e Pedro me fizeram lembrar muito das obras da Lygia Bojunga, a linguagem poética do Pedro muitas vezes me fez pensar que eu estava a ler uma das encantadoras histórias da Lygia. Aquelas cartas me prenderam de tal forma, que eu queria brigar com o tempo para continuar lendo, esqueci até os joguinhos viciantes do celular... só queria saber o desfecho do diálogo entre os dois adolescentes...
A comunicação dos dois me inspirou tanto que resolvi propor um intercâmbio de cartas entre turmas de diferentes escolas. (Está acontecendo de um jeito muito engraçado).
Sempre amei escrever cartas, desde menina trocava cartas com as coleguinhas que deixava em cada escola que passava. Escrever uma carta desperta sentimentos ímpares: a espera pela resposta trazida pelo carteiro, o momento da abertura da carta, a leitura, as descobertas, o momento para processar as respostas e sentar para escrever é para mim, um ritual mágico.
Esse lance de trocar cartas é uma experiência incomparável. Só quem já viveu saberá entender a ansiedade desses dois adolescentes nessa comunicação que hoje já não é tão comum.
Terminei o livro e fiquei com aquela sensação de "quero mais"...queria saber se continuaram se escrevendo, se conhecendo...queria saber o futuro dos dois...
Adorei a leitura e indico para pessoas curiosas, que adoram ler cartas e saber como acontecem relacionamentos de modos não convencionais!

17 setembro, 2013

Flowers Leitora

Sempre gostei muito de ler, desde pequena devoro livros como quem busca uma resposta (parafraseando Lygia Bojunga). Desde que aprendi a ler, levava mais de quatro livros por semana para ler em casa. Os livros sempre me fascinaram, sempre me encantaram. O livro foi sempre meu companheiro, passatempo predileto, atividade para todas as horas. 
Uma atividade que eu queria compartilhar, antes mesmo de aprender a ler, vivia "lendo" para minha irmã e para minha mãe. Até hoje elas se recordam das histórias que de tanto ler, gravei na cabeça e vivia repetindo-as...Era a história dos irmãos patinhos Lino e Dino que tinham um pirulito a repartir "O pirulito do pato" de Nilson José Machado , o poema "Visitas" de Pedro Bandeira e uma série de músicas e textos que faziam parte do acervo de livros didáticos de língua portuguesa que eu colecionava. 
Sempre na hora das mudanças (mudávamos frequentemente de casa), as minhas caixas de livro eram o problema. Quando tive que definitivamente abandonar meus livros, chorei demais.
O livro ainda faz parte da minha vida, não apenas como professora, leio por prazer, por alegria, curiosidade, por sede... O impasse é que não consigo dar conta das minhas leituras, estou sempre lendo dois ou três livros ao mesmo tempo. E é sempre a mesma saga, se eu gosto do jeito do livro, já quero sair lendo pra todo mundo, fazendo propagandas pra cima e pra baixo! Quem me conhece sabe que é assim mesmo, acho que chego a ser chata com esse lance de apresentar livros e autores! Não tem jeito, não consigo guardar a sete chaves o encantamento que sinto pelo livro. Sinto necessidade de compartilhar!
Pretendia propagar duas leituras que terminei ontem e hoje ao começo dessa postagem, mas acabou ficando registrado aqui um pouquinho do meu histórico como leitora...Falarei sobre os livros nas próximas postagens!
Até lá!
Minhas duas últimas aquisições - o 1º será leitura inédita,
 o 2º vou ler para meus alunos do EM- li em 2011