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21 outubro, 2011

Rosinha, Minha Canoa...

Em uma das minhas visitas à sala de leitura da EE deputado Gregório Bezerra, me deliciando com os inúmeros títulos que povoam aquele espaço, encontrei o livro "Rosinha, minha canoa", do autor José Mauro de Vasconcelos.
Das obras do autor, até hoje só havia lido o livro "O Meu pé de Laranja Lima" - li não, mergulhei na história do menino Zezé e sua infância que me fez debulhar em lágrimas, todas as cinco vezes que o li. Descobri o autor na minha infância, mas até hoje carrego esse livro, como quem carrega um presente, um tesouro, um livro que fiz questão de comprar e ter na minha estante para ler sempre que desejar.
Até então, não havia mais sentido a alegria e o despertar iluminado para ler outro livro do José, apesar da minha amiga Raquel já ter comentado da beleza de "Rosinha, minha Canoa".
Finalmente, ontem tive a oportunidade de encontrar esse tesouro escondido em uma caixinha com outros livros, que imediatamente ficaram invisíveis quando meus olhos cruzaram com o nome JOSÉ MAURO DE VASCONCELOS naquele livrinho tão frágil.

Apanhei-o. tão pequenino (menor que um palmo da minha mão), gasto pelo tempo, com um descascadinho quase apagando o nome da editora Melhoramentos no rodapé da capa, cor desbotada pelo tempo e provavelmente pelo contato das muitas mãos que evidentemente já o carregaram. As páginas amareladas, soltando aquele cheiro bom de livro misturado com o tempo, que particularmente adoro. 
Todas essas características logo despertaram em mim o desejo de desvendar aquelas páginas. Sei que tem gente que não gosta de "livro velho", mas se tem coisa que me deixa satisfeita, é pegar um livro gasto pelo tempo, sentir que muitas mãos os pegaram, muito olhos deslizaram por cada uma das linhas, sorrindo, emocionando, se revoltando, lendo...
Viajo mais ainda quando vejo uma manchinha de líquido na folha, fico imaginando se terá sido uma lágrima, suor, suco, café... Penso isso porque tenho muitas lágrimas hospedadas em muitos livros que já li, inclusive do "O Meu pé de Laranja Lima". E nessa viagem fico pensando: “Quem mais terá notado quanta emoção há impregnada nas páginas de um livro velho”?

Voltando ao momento do encontro com "Rosinha, minha canoa", quando peguei o livro, senti que estava gasto, observei a capa com a figura de uma canoinha frágil, com uma figura humana segurando um remo, navegando em águas já esbranquiçadas pelo tempo, no canto inferior, a imagem de um pássaro que desconheço o nome, formando um cenário convidativo, não demorei: abri o livro, li com emoção a "Explicação" do autor para uma aluna que me acompanhava no "garimpo dos livros".
Decididamente sorri, fechei o livro e disse "vou levar".
A linguagem delicada, poética, leve, simples, linda e engraçada do José Mauro de Vasconcelos, despertaram todo o gosto adormecido que havia sentido quando li "O Meu pé de Laranja Lima".
Hoje li no ônibus, estou no terceiro capítulo, confesso que já estou encantada pela Madrinha Flor, a simplicidade e graça do Zé do Adeus (dei boas gargalhadas no ônibus, lendo a consulta dele com o Doutor), o jeito "xengo-delengo-tengo" de falar da canoa, o jeito simples e gostoso de ser do Zé Orocó... Já vi que esse livro vai para minha cabeceira, fazer companhia aos outros que me fazem sorrir.

11 setembro, 2011

Eu Acredito!

Sou uma pessoa muito crente. Sim, crente! Aquela que crê em alguma coisa, em alguém! E quando digo que acredito, preciso dizer qual é o objeto da minha crença.
Acredito que leitura não se ensina, se contamina.
Aprender a ler é um fato na vida das pessoas, uns aprendem depressa, bem cedo, outros demoram um pouco mais, e outros, bem...não conseguem dominar a prática durante toda a vida.
Aprendi a ler muito cedo, com sete anos já lia tudo, rabiscava alguns garranchos e forçava as pessoas a lerem os mais absurdos neologismos.
Desde cedo frequentei a biblioteca, levava muitos livros para ler em casa, e anotava todas as leituras que fazia na minha minúscula cadernetinha.
Então, você que me lê, pergunta: "quem contaminou essa menina com a leitura?" Tento buscar na memória, e vejo minha mãe, que teve pouca oportunidade para estudar, sentada, lendo a bíblia ou algum livro da igreja. Taí, foi a Dona Maria quem me contaminou com a leitura. Tanto é que logo cedo li a Bíblia também.
Com essa contaminação, saí lendo, lendo, fui ler no Curso de Letras, que é o que SEMPRE quis fazer, lá, continuei amando mais ainda a leitura. E se hoje sei o que sei, graças aos livros que mergulhei, graças a esse hábito que sempre cultivei. Cada livro lido, cada história contada, cada conversa sobre uma leitura, tudo isso pra mim é pura riqueza.
Já fiz amigos por causa de livros, já ganhei livros de amigos, já li para os amigos, já ouvi amigos lendo para mim. O Livro e eu. Somos assim: um caso de paixão e fidelidade.
Se minha mãe não lesse em casa, acredito que eu não teria seguido esse modelo, claro que fui além da Bíblia, pois foi aí que descobri meu passatempo predileto. E dele nasceu a escrita.
Hoje, como professora, continuo devorando os livros que me cativam, claro que com uma voracidade menor, mas com a mesma paixão de menina. Paixão essa que venho tentando espalhar nas salas de aula por onde passo, pregando aos pouquinhos essa minha crença na leitura, que enobrece, entrete, alegra, leva para viajar...leitura que contamina.
Não ensino meus alunos a ler dando-lhes um livro obrigatório para uma prova boba que depois será engavetada. Deixo-os livres para serem cativados pelos livros, dou-lhes a liberdade de falar sobre como esse livro mexeu com eles. E tudo isso acontece nas nossas rodas de conversa e leitura.
Tenho visto depoimentos maravilhosos, emocionantes. Vejo-me em cada rostinho que fala do livro, me alegro em ver como mergulham na história e estão contaminados pela leitura.
É por essas e outras, que acredito que podemos ser um país de leitores. Basta você, leitor, contaminar alguém aí por perto. Não precisa falar nada, obrigar? Nem pensar. Suas ações contaminarão por você!

Roda de Conversa e Leitura lá no CEU Vila Rubi
"A gente não aprende a ler, a gente se contamina".


04 setembro, 2011

Jogos Online com o Tempo

Jogar com o tempo online é uma questão de sabedoria.
Se você tem tarefas para realizar em rede, cuidado! Você precisa ser muito organizado e disciplinado para conseguir "dar conta do recado".
Não pode ser uma pessoa relapsa como eu, abrir várias abas e visitar trocentos sites simultaneamente. Já fui boa nessa coisa de planejamento, mas ultimamente não consigo ter eficiência e eficácia se for pra realizar alguma atividade no computador, sempre desperdiço tempo, e não consigo terminar o que havia planejado.

Preciso encontrar uma maneira de corrigir essa falha, urgentemente! Uma boa parcela de culpa está no site de relacionamentos, Facebook. Depois que criei minha conta lá, desandei.
Vou encontrar uma forma de jogar melhor com esse meu tempo virtual, que é muito diferente do tempo real, posso multiplicá-lo se for sábia. Mas posso fazer quatro horas parecerem cinco minutos. Aí está meu problema.

02 agosto, 2011

Pra onde vai?

Outro dia me perguntei pra onde é que vai toda a quinquilharia que vivo perdendo dentro de casa. Tenho o dom de perder minhas coisas nos momentos em que mais preciso delas. Não pensem que sou a pessoa mais desorganizada do mundo também não sou um exemplo de organização, mas procuro colocar cada coisa em seu devido lugar. 
Compro um pacote de xuxinhas (prendedores de cabelo) e um mês depois não encontro uma pra remédio. Brilho labial, canetas, pen drive, documentos, cartão, protocolos, anotações, aquela blusa... São tantas coisas que a gente vai perdendo que pensei que era bem melhor não escrever nada a respeito. Já que perder é tão comum, que até existe santo pra gente prometer pulinhos caso encontre as coisas.
Quem será que pega? Quem esconde? Meus alunos disseram que o saci esconde tudo no redemoinho...
A nova música dO Teatro Mágico traduz ao pé da letra o que penso e o que passo. O título da música é perfeito. Essas coisas se perdem exatamente quando os olhos piscam.
Simplesmente curti.


28 junho, 2011

Andar Saltitante

Conversando com uma amiga hoje no intervalo do trabalho, fiz uma importante descoberta sobre uma característica muito particular. Quem me conhece, sabe que tenho a mania de andar saltitante. É. Ando pulando por aí, como se pulasse amarelinha ou estivesse ensaiando algum salto ornamental ou passo de dança.
Se eu fosse um menino, isso pegaria muito mal, certamente seria apelidado de gazela. Ainda bem que nasci menina, o que me permite ser saltitante sem ter que me preocupar em ser julgada ou não.
Fico pensando o motivo dessa minha mania, e hoje durante a conversa com essa amiga, relembrando os prazeres da infância constatei de onde vem minha mania de saltitar.
Passei a infância subindo em árvores pra comer fruta fresquinha, comia manga, jaca, jambo, caju, laranja, castanha, goiaba, cajá, acerola, ceriguela, pitanga, amora, abil,...tudo direto do pé. Lá em Montanha tinha um pé de caju bem no quintal de casa, quando era época da fruta, minhas professoras faziam a festa, todos os dias eu subia no pé de caju pra encher as sacolas pra elas.
Ah, como era bom comer manga verde com sal, cajá com sal e até a própria folha do cajá com sal! Qualquer fruta azedinha, era logo combinada com sal. Pensando nessa mistura toda, fico até com água na boca.
Minha infância também teve banho de rio, visão de cachoeira (quase secando, mas tinha). Morei em um bairro chamado Lajedo. As ruas de lá são todas de pedra, e qualquer caminho te levava ao rio. Quando não tinha água em casa, eu aproveitava a desculpa de lavar "vasilha" no rio só pra tomar banho. Um dia quase morri afogada. deu um medo danado!
Acho que foi nesse bairro que comecei com a mania de saltitar, quando escurecia, pessoas medrosas como eu, só podiam sair de casa se fosse saltitante. As ruas ficavam infestadas de sapo cururu. Sim! aquele super sapo com cara de buldogue. Eu morria de medo de sair nas ruas depois que escurecia. Só na porta de casa já cheguei a contar mais de dez desses "sapinhos amigáveis". Morria de medo que eles fizessem xixi nos meus olhos e me deixassem cega (lenda que ouvia desde menina).

Por conta desses habitantes noturnos, eu ia para os lugares saltitando como doida. E isso virou mania. Se passava por dentro do mato, era ainda pior, nunca pedi que alguém medisse, mas tenho certeza que meus pulos passavam de meio metro. Cobras e ratos também contribuíram muito para meus super saltos. tanto é que já matei um rato no susto, saltando em cima dele.
O que o medo não faz com um pessoa! Fui transformada numa menina saltitante. O fato é que adoro ser assim!

19 maio, 2011

Motorista Particular

A caminho do trabalho, fico pensando porque ainda não aprendi a dirigir. Fico observando esse meu carro super espaçoso e entendo um pouco meu comodismo. Primeiro é a comodidade de ter um motorista particular. Um não! São incontáveis os motoristas que prestam serviço pra mim, sempre prontos a me levar onde eu quiser! Tudo bem que as vezes eles demoram um pouco a trazer meu carro, também pudera! Tive a sorte de encontrar motoristas tão generosos, que antes de me pegarem, dão "carona" para outras pessoas que vão encontrando pelo caminho! É só a pessoa esticar o braço, eles já vão parando!
Mas tudo bem, não reclamo, pago uma prestação muito barata por esse meu carro, apenas R$6 por dia, o que dá mais ou menos R$120 por mês! Duvido que alguém compre um carro do tamanho do meu pagando apenas essa prestação! De tão espaçoso que meu carro é, as vezes deixo outras pessoas sentarem e vou de pé ouvindo uma boa música e apreciando a paisagem. Que varia muito, indo de cenas bizarras como um bêbado dando show na rua, até as mais poéticas e simples, como as andorinhas no céu no voo mais perfeito e sincronizado que já vi.
Aproveito essa facilidade de ter um motorista particular das mais diversas maneiras: durmo, leio, converso com outras pessoas, leio seus jornais, ouço funk, um estilo que muito acrescenta em minha vida*. As letras são tão profundas, tão inspiradoras,tão poéticas, que eu precisaria de um blog só pra falar disso. 
Nos dias de trânsito, quem fica estressado é o meu motorista, eu olho para aquela fila de carro lá fora e penso que é um bom momento para dormir, se eu estiver sentada, claro! Se estou em pé em um desses momentos estáticos do trânsito, ouço Jeremy Camp e resmungo um la la la.
Outra coisa que me alegra de ainda não ser motorista, é o fato de não ter que me preocupar com vagas para estacionar. Enquanto as pessoas brigam por um lugar na rua, meu carro particular já tem lugar cativo, e quando eu preciso dele, é só caminhar até o ponto estratégico que ele estará lá, lotado ou vazio para levar-me onde eu quiser. Nem pago estacionamento. Sem falar no IPVA, Seguro, Licenciamento e Manutenção. Estou livre dessas taxas todas!
Quando eu resolver aprender a dirigir, vou trocar de carro, deixarei o G.O.L**. e comprarei um outro modelo. Ainda não decidi quanto ao modelo, gosto muito do Gurgel Super Mini II, mas se escolher esse, vai ser difícil me acostumar, o G.O.L. é um monstro perto do Gurgel, que de tão pequeno, é capaz de suportar apenas duas pessoas.
Mas enquanto nada disso acontece (minha carta e o carro) vou andando de G.O.L e pagando essa eterna prestação. E curtindo a liberdade que tenho enquanto ando de ônibus. Porque andar de ônibus é isso aí, tem seus altos e baixos. Depende do ponto de vista.


O dia em que meu motorista para o carro para todos que estendem o braço

Gurgel Super Mini II - é esse aí que eu quero! haha


*Lê-se: nada acrescenta! Odeio funk, minha gente!
** G.O.L : Grande Ônibus Lotado