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19 setembro, 2013

Leitura de Setembro²

Continuando as postagens sobre Leitura...Gostaria de compartilhar mais um livro lido. Estava com vontade de ler umas crônicas, foi quando encontrei "As palavras que ninguém diz" - crônicas selecionadas do Carlos Drummond de Andrade da Editora Bertrand Brasil.
Encontrei o livro na sala de leitura da +EMEF Armando Arruda. Demorei um pouco a lê-lo, pois estava vivendo uma semana de muitos afazeres. Abandonei o livro nas bolsas por um bom tempo (foi bom que ele passeou para lugares diversos, foi até para a praia!).
Li umas crônicas para meus alunos, fui lendo quando dava, até que na terça resolvi sentar e lê-lo de vez! Foi um pouco complicado encontrar silêncio (quem trabalha em escola sabe o quanto isso é difícil, até nas horas livres). O bom mesmo é ler em casa, antes de dormir, mas esse tempo tem sido curto!
O livro apresenta crônicas um pouco complicadas para serem lidas no barulho, justamente pelo fato de apresentar novas palavras (o título do livro dispensa explicações) muitas vezes chega a ser engraçado! Das dezenove crônicas do livro, curti sete, talvez pelo fato de muitas delas já serem velhas conhecidas de livros didáticos. 
Drummond com sua linguagem super correta ensinou-me os Modos de Xingar, depois descreveu a aula de uma professora que ensinava aos seus alunos Da utilidade dos animais, essa eu li para a 5ª série, que achou um absurdo a ironia presente na crônica!
Li para uma classe o drama de uma senhora dona de casa na crônica O medo e o relógio, a classe riu muito e até achou um absurdo o disparate de medo daquela senhora maluca que se queixou do roubo do relógio que ela nem sequer estava usando!
A Declaração de amor em outdoor arrancou suspiros das meninas e deixou os meninos encabulados, uma crônica ímpar, com exemplo a ser seguido pelos apaixonados sem criatividade para declarar o amor em público.
No universo da escola, li ainda sobre Equipamento escolar, a história do menino que queria levar para a escola os mais modernos equipamentos, só para não ficar de fora da moda.
O Sermão da planície para não ser escutado me fez lembrar dos apaixonados pelo futebol, quis até mandar para o love, preciso tentar convencê-lo a vermos a Copa 2014 no vizinho, pois como disse Drummond "Bem-aventurados os que não conseguiram comprar televisão a cores a tempo de acompanhar a Copa do Mundo, pois, assistindo pelo aparelho do vizinho, sofrem sem pagar 20 prestações pelo sofrimento."
A crônica que mais gostei foi Não faça mais isso, dona achei de um senso de humor muito agradável, a senhorinha inocente que pediu ao assaltante que abrisse sua porta, carregasse sua bolsa...só escapou de ser assaltada pois chamou o assaltante de "meu filho".


Muitas das outras crônicas foram difíceis de ler, não gosto de ler crônicas com palavras muito técnicas, gosto de histórias com vocabulários que fazem parte do meu universo, acho que fiquei viciada na linguagem Lygiana, estou até estranhando quando leio outros autores... Resisti essa aversão e li tudo, afinal, que leitora sou eu pra abandonar Drummond?

18 setembro, 2013

Leitura de Setembro¹

"Ana e Pedro - cartas" de Vivina de Assis Viana e Ronald Claver

Trabalhando cartas com o sexto ano, encontrei no livro didático uma carta de Ana para Pedro. Carta de uma desconhecida para outro desconhecido. Li a carta para os alunos, pedi que respondessem no lugar do Pedro...Achei que a história pararia aí, mas não foi bem assim.
Quando estávamos na sala de Leitura, encontrei o livro com TODAS as cartas escritas pelos dois jovens. Não resisti e peguei para ler. Li mais ou menos duas cartas e emprestei o livro à uma aluna que também ficara curiosíssima, com os olhos vidrando de vontade de ler as cartas. Emprestei porque estava terminando de ler umas crônicas do Carlos Drummond.


Cartas de Ana e Pedro me fizeram lembrar muito das obras da Lygia Bojunga, a linguagem poética do Pedro muitas vezes me fez pensar que eu estava a ler uma das encantadoras histórias da Lygia. Aquelas cartas me prenderam de tal forma, que eu queria brigar com o tempo para continuar lendo, esqueci até os joguinhos viciantes do celular... só queria saber o desfecho do diálogo entre os dois adolescentes...
A comunicação dos dois me inspirou tanto que resolvi propor um intercâmbio de cartas entre turmas de diferentes escolas. (Está acontecendo de um jeito muito engraçado).
Sempre amei escrever cartas, desde menina trocava cartas com as coleguinhas que deixava em cada escola que passava. Escrever uma carta desperta sentimentos ímpares: a espera pela resposta trazida pelo carteiro, o momento da abertura da carta, a leitura, as descobertas, o momento para processar as respostas e sentar para escrever é para mim, um ritual mágico.
Esse lance de trocar cartas é uma experiência incomparável. Só quem já viveu saberá entender a ansiedade desses dois adolescentes nessa comunicação que hoje já não é tão comum.
Terminei o livro e fiquei com aquela sensação de "quero mais"...queria saber se continuaram se escrevendo, se conhecendo...queria saber o futuro dos dois...
Adorei a leitura e indico para pessoas curiosas, que adoram ler cartas e saber como acontecem relacionamentos de modos não convencionais!

17 setembro, 2013

Flowers Leitora

Sempre gostei muito de ler, desde pequena devoro livros como quem busca uma resposta (parafraseando Lygia Bojunga). Desde que aprendi a ler, levava mais de quatro livros por semana para ler em casa. Os livros sempre me fascinaram, sempre me encantaram. O livro foi sempre meu companheiro, passatempo predileto, atividade para todas as horas. 
Uma atividade que eu queria compartilhar, antes mesmo de aprender a ler, vivia "lendo" para minha irmã e para minha mãe. Até hoje elas se recordam das histórias que de tanto ler, gravei na cabeça e vivia repetindo-as...Era a história dos irmãos patinhos Lino e Dino que tinham um pirulito a repartir "O pirulito do pato" de Nilson José Machado , o poema "Visitas" de Pedro Bandeira e uma série de músicas e textos que faziam parte do acervo de livros didáticos de língua portuguesa que eu colecionava. 
Sempre na hora das mudanças (mudávamos frequentemente de casa), as minhas caixas de livro eram o problema. Quando tive que definitivamente abandonar meus livros, chorei demais.
O livro ainda faz parte da minha vida, não apenas como professora, leio por prazer, por alegria, curiosidade, por sede... O impasse é que não consigo dar conta das minhas leituras, estou sempre lendo dois ou três livros ao mesmo tempo. E é sempre a mesma saga, se eu gosto do jeito do livro, já quero sair lendo pra todo mundo, fazendo propagandas pra cima e pra baixo! Quem me conhece sabe que é assim mesmo, acho que chego a ser chata com esse lance de apresentar livros e autores! Não tem jeito, não consigo guardar a sete chaves o encantamento que sinto pelo livro. Sinto necessidade de compartilhar!
Pretendia propagar duas leituras que terminei ontem e hoje ao começo dessa postagem, mas acabou ficando registrado aqui um pouquinho do meu histórico como leitora...Falarei sobre os livros nas próximas postagens!
Até lá!
Minhas duas últimas aquisições - o 1º será leitura inédita,
 o 2º vou ler para meus alunos do EM- li em 2011

01 julho, 2013

A chuva na visão da Flowers

Hoje venho falar de um fenômeno que tem provocado adrenalina em mim: A chuva!
Sempre gostei muito da chuva, quando criança, adorava o banho natural que ela me proporcionava. Chuva de Primavera, chuva de verão, as águas de março sempre me fazendo dançar e cantar.
Na adolescência meu relacionamento com a senhora chuva mudou um pouco, principalmente depois do dia em que fui carregada pela enxurrada ladeira abaixo, a partir daí a chuva, que antes me causava alegrias, começou a causar medo. Quando começava a cair, logo se formava em minha mente a imagem da enxurrada me carregando.
Além desse fato inesquecível, a chuva já esteve presente em muitos momentos da minha vida: a chuva já alagou minha casa, já molhou minha cama, já furou o telhado e deixou a casa lotada de goteiras. A chuva já me prendeu em casa, já me deixou na rua (sem transporte pra voltar pra casa), já molhou a horta da minha mãe e fez os legumes e verduras prosperarem...
A chuva já alagou os galinheiros da minha mãe e matou os pintinhos recém-nascidos, a chuva já levou impurezas e trouxe a esperança para dias há muito secos. A chuva já molhou meu cabelo recém escovado, revelando os cachos rebeldes que eu tentava esquecer... Já molhou meu sapato, minha meia, meus cadernos e livros... 
Não estou culpando a chuva pelo meu constante estado de ensopada. Afinal, se eu estava na chuva, era pra me molhar. Não tenho pavor ou raiva da chuva, mas a respeito, porque não dá pra brincar com sua força. 
Comparo a força da chuva com a força do mar. É bela, é encantadora, mas de mansinho te joga na enxurrada.
Imagem da internet


Nos últimos dez meses minha relação com a chuva mudou um pouco. Tirei minha habilitação A e B ano passado e desde então sou uma motociclista ativa. Uso a moto para ir de uma escola para a outra. Quem é motociclista sabe quão difícil é andar na chuva.
Nesses dez meses como motociclista já caí três vezes na chuva com a moto, mas não desisto, é uma adrenalina a mais todos os dias que preciso sair de moto e vejo a chuva caindo. 
Vejo a chuva, fico tensa, vou pilotando e pedindo pelo amor de Deus pra moto não escorregar, pra eu não cair e muito menos precisar frear de forma brusca.





17 maio, 2013

É assim que escrevo

Ah...a escrita! Desde que me entendo por gente ela faz parte da minha vida. Antes mesmo da escrita convencional, eu já adorava fazer garatujas pra minha irmã ler. 
Depois de alfabetizada vieram os caderninhos com versinhos apaixonados, as cartinhas para as professoras e para as muitas amiguinhas que eu deixava para trás a cada mudança de escola. Sempre cercada por livros, cadernos, canetas, adorando as palavras e plantando-as no papel.
Escrever pra mim é um gosto que tenho desde sempre, ultimamente tem faltado tempo e motivação para praticar a escrita, o que me deixa um pouco desolada, porque gosto de escrever e quando começo não quero mais parar.
Engraçado lembrar da minha infância cercada de livros e cadernos, sempre tive um jeito muito particular de escrever. Jogada no chão, muitos cadernos e livros em volta, cercada por palavras, sentia-me uma ilha, ali eu navegava sem pressa, tão despreocupada que muitas vezes acordava com minha mãe me chamando para a cama, dormia com os livros, essa era uma cena constante.
Essa cena da infância veio-me à memória agora porque mês passado estava eu desesperada escrevendo meu artigo para o Curso de Pedagogia, "como sempre, deixei para terminar em cima da hora", peguei-me cercada pelos livros, aquela cena me fez lembrar na hora as minhas manias de infância.  A única diferença é que não estava no chão e estava escrevendo no computador.
Não perdi minha mania de cercar-me por livros, mas fazia tempo que não me pegava assim...foi tão bom relembrar, fiquei tão nostálgica que até tirei uma foto.
Se eu soubesse que a escrita me acompanharia por tanto tempo, teria guardado meus cadernos da adolescência, era lá que eu traçava metas, desabafava e colocava as inspirações diárias. O último que me recordo, era um caderninho de capa cinza, encadernado, 48 folhas. Escrevi nele todo, mas deixei-o na casa da minha vovó quando vim morar em São Paulo. Queria muito encontrar com aquela escrita de dez anos atrás. Só pra entender porque é que assim que escrevo.
Eram mais de dez livros me cercando - foi bom relembrar

04 abril, 2013

O livro Infantil e a formação do leitor - mais uma leitura cativante


Em pesquisa para escrita de um artigo sobre leitura nas séries inicias, encontrei esse livro da Maria Dinorah, até então desconhecida pelas minhas retinas.
Livrinho fininho, cativante, que fala de maneira leve e gostosa da situação do livro e da literatura infantil no nosso país desde a época em que ainda não havia literatura para os pequenos.
Em meio à poemas e cartas de pequenos leitores endereçadas à Dinorah, fui aprendendo como o livro infantil ganhou espaço aqui no Brasil - famoso por festas, batuques, simpatia e alegria, exceto por literatura infantil.
Refleti sobre meu eu leitor, sobre como comecei a trilhar esse caminho, sobre a forma como influencio minhas crianças que já não são tão crianças (e isso me faz lamentar, ao pensar que se os encontrasse mais cedo, poderia contaminá-los um pouco antes com a magia da leitura), pensei na minha missão como formadora de leitores, e é isso que tenho sido, de forma pequena, com trabalho de formiguinha, mas que gera resultados que de vez em quando me emocionam e não me deixam perder a esperança, dando-me forças para continuar. Numa disputa diária, já que o livro concorre com as mídias e todo o avanço da tecnologia, deixando de ser tão atrativo para a infância de hoje, bem diferente do que foi pra mim, o livro povoou a minha infância inteira e me inspirou nessa missão de ser professora.
O professor, a família, todos tem grande influência na formação de uma criança leitora, mas o livro precisa ser bom, precisa não ser imposto, há de haver aquele momento único, mágico ao qual chamamos de CATIVAR.

"O livro infantil e a formação do leitor" é muito bom, deve ser saboreado por aqueles que tem curiosidade sobre como nasce um leitor e saber como o livro infantil ganhou espaço em nosso país.